Do sertanejo ao breganejo

A música sertaneja (caipira) surgiu no seio das terras brasileiras. A denominação Caipira surgiu da primeira miscigenação entre o branco e o índio. "Kaai 'pira" na língua indígena significa, o que vive afastado, "Kaa" (mato), "Pir" (corta mata ) e "pira" (peixe). Mas hoje o termo "Caipira" generalizou-se e, infelizmente, alguns intelectuais tomam de modo errôneo e estereotipado o modo caipira de ser. Como aquele que resiste as tecnologias, que é arredio, pra não dizer ignorante. É nesse compasso que caminha a música sertaneja, que foi ganhando proporções maiores e perdendo seu real significado, Com infelizes influencia paraguaias, mexicanas do tal de "country" surge o BREGANEJO. É distorção da imagem do caipira, é a perda da identidade nativa do brasileiro, é o lixo pop.
Não se pode chamar de sertanejo moderno só porque o campo se modernizou, A música é totalmente urbana prostituída. Não retrata a vida rural nem de agora em de antes. É um fiel retrato do superficialismo vigente, da banalização dos valores. São músicas bobocas, grudentas, é coração pra lá, coração pra cá. Isso quando não tem duplo sentido! Vejam só num pais em que falar de sexo causa rubores , o duplo sentido toca nas rádios a qualquer hora. Sem falar que os antigos e verdadeiros caipiras falavam com vocabulário limitado de modo bem simplório, bem puro, mas se faziam entender, davam o recado. E agora os breganejos se valem de duplo sentido, de malícia, não querem ser entendidos por todos.Vejam essa da tradicional dupla caipira Gino e Geno após se renderam ao mercado: "Mulher que não dá voa, nunca vi mulher voando" Absurdo! Reforça estereótipos acerca da sexualidade da mulher, como se prazer feminino fosse algo sujo. Numa pretensa divisão das mulheres entre santas e putas!Lixooooooooooo.
Agora temos o "sertanejo universitário é o brega diplomado". Apenas um vocabulário melhorado mas com rimas obvias. É possível brincar de adivinhar qual será a próxima rima, pelo menos para isso serve. Vejam esta da dupla "num sei quem e não vem ao caso": "sua psicologia tá um tanto quanto errada (psicologia, que chique!) ou me assume de uma vez... (e agora, com o quê vou rimar...) ou tá danada! (Danada rima, tá bom, vamu durmí) . Aí no show, os autores bregas devem exclamar "caraca esse povo canta, é fácil demais fazer música! Bando de otários!”A letras destas músicas são recheadas de gírias de bordões, "ok ok, pagando pau..." são superficialmente joviais, trazem os temas corriqueiros das baladas, nada de muito elaborado, nada de novo,nada de poesia, aliás, alguém sabe onde foi enterrada a poesia???